quarta-feira

Cutura guarani


Os Guaranis Mbya estão em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estão na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. São no Brasil a maior etnia indígena,somando aproximadamente 35 mil Guaranis.

Para os guaranis, o planeta (a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantam) foi feito por Nhanderu, seu deus criador. Os guaranis são um povo bastante religioso. Todas as coisas que fazem – seu trabalho, as brincadeiras das crianças – têm ligação com a religião.

Eles se encontram todos os dias na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu. Na aldeia, a principal liderança é o xeramoi, o nome do pajé Guarani. Os guaranis estão muito ligados à natureza.

Com a vinda dos portugueses e a colonização, os guaranis têm que se fixar em territórios pequenos onde não podem mais caçar e realizar outras atividades tradicionais. O Guarani vive porque mantêm essa força espiritual que faz com que ele fique em harmonia com a natureza e o faz se sentir forte.

Os guaranis se preocupam com a destruição da natureza, provocada pelos juruás (não índios) (Marcos Tupã da aldeia Krukutu - Parelheiros)

Petyngua

É o cachimbo sagrado.
A fumaça que sai dos petynguas leva os pensamentos até Nhanderu. Cada vez que fazem uma reza, alguma atividade religiosa, quando estam na Opy, os guaranis o utilizam. O petyngua pode ser feito de vários materiais, como por exemplo, argila, que pode ser misturada com ossos de caça para ter maior resistência, e madeira. O cachimbo também pode ter formato de um animal, como um papagaio. Antigamente o fumo usado era plantando nas aldeias, hoje se usa fumo de corda comprado

Artesanato

Os objetos vendidos hoje como artesanato eram feitos para uso na comunidade. Os caçadores faziam seus arcos e flechas e a cesta de uso das mulheres, que serviam para trazer mandioca, batata doce e coisas plantadas na roça. A cesta, feita de taquara de bambu, era usada para guardar alimentos durante meses, anos. A falta de matéria prima e a dificuldade do cultivo da terra limitadas pelas demarcações da área, tornou difícil o cotidiano tradicional Guarani. A venda desses objetos foi um dos meios que encontraram para conseguirem renda. Eles têm uma cesta que é feita só para guardar sementes e tem uma que é só para carregar mandioca e batata doce. A cesta junto ao arco e flecha, o colar, o cocar são feitos em algumas épocas do ano. Os desenhos da cesta são feitos com cipó imbé ou com ximbopeva, que dão aquela cor pretinha. Com eles nós fazem como se fosse uma fita e trançam com a taquara de bambu. Os desenhos mais freqüentes são os desenhos que representam a cobra. Antigamente, utilizavam-se 4 cores: o vermelho, que tiravam do urucum, o amarelo que vinha da planta que é conhecida como açafrão, uma bromélia, uma raizinha, que dá uma cor amarela, a cor preta do jenipapo e o tom cinza da mistura da cera de abelha e cinza de madeira. Atualmente, por causa da falta de material nas aldeias, outros corantes artificiais são utilizados. Há também o nosso colar típico, de contas pretas e brancas. É um colar religioso e não pode ser vendido. É mais comprido, dá umas três, quatro voltas e é cruzado no peito."

Canto e dança

As crianças cantam na Opy e a reza também é em forma de canto. Eles cantam e dançam na Opy todo fim de dia. Todas as letras das músicas são em Guarani e falam da natureza, da busca pela Terra Sem Mal, do fortalecimento espiritual. Os cantos são recebidos em sonhos pelas crianças e pajés e depois são passados para a comunidade.

Xondaro e Tangará

O Xondaro, hoje, é uma dança masculina, que tem um significado de guardar a aldeia, vigiar a Opy nas cerimônias e para manter a saúde e o equilíbrio. Sempre no final do dia tem a dança do xondaro na Casa de Reza. A dança feminina Guarani é o tangará . Na dança as meninas ou mulheres imitam os pulinhos do pássaro que tem este nome. Elas dançam na Opy ou no terreiro fora da casa depois da reza. Dançamos lembrando tempos passados e para buscar a força espiritual através da dança

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