quarta-feira

Cutura guarani


Os Guaranis Mbya estão em várias regiões da América do Sul. Há aldeias na Argentina, Paraguai e Bolívia. Estão na região do litoral do Brasil, nos estados que vão do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Há também aldeias no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. São no Brasil a maior etnia indígena,somando aproximadamente 35 mil Guaranis.

Para os guaranis, o planeta (a mata, as aves, os animais, as águas, a terra em que plantam) foi feito por Nhanderu, seu deus criador. Os guaranis são um povo bastante religioso. Todas as coisas que fazem – seu trabalho, as brincadeiras das crianças – têm ligação com a religião.

Eles se encontram todos os dias na Opy, a Casa de Reza, para cantarmos e dançarmos, para rezar a Nhanderu. Na aldeia, a principal liderança é o xeramoi, o nome do pajé Guarani. Os guaranis estão muito ligados à natureza.

Com a vinda dos portugueses e a colonização, os guaranis têm que se fixar em territórios pequenos onde não podem mais caçar e realizar outras atividades tradicionais. O Guarani vive porque mantêm essa força espiritual que faz com que ele fique em harmonia com a natureza e o faz se sentir forte.

Os guaranis se preocupam com a destruição da natureza, provocada pelos juruás (não índios) (Marcos Tupã da aldeia Krukutu - Parelheiros)

Petyngua

É o cachimbo sagrado.
A fumaça que sai dos petynguas leva os pensamentos até Nhanderu. Cada vez que fazem uma reza, alguma atividade religiosa, quando estam na Opy, os guaranis o utilizam. O petyngua pode ser feito de vários materiais, como por exemplo, argila, que pode ser misturada com ossos de caça para ter maior resistência, e madeira. O cachimbo também pode ter formato de um animal, como um papagaio. Antigamente o fumo usado era plantando nas aldeias, hoje se usa fumo de corda comprado

Artesanato

Os objetos vendidos hoje como artesanato eram feitos para uso na comunidade. Os caçadores faziam seus arcos e flechas e a cesta de uso das mulheres, que serviam para trazer mandioca, batata doce e coisas plantadas na roça. A cesta, feita de taquara de bambu, era usada para guardar alimentos durante meses, anos. A falta de matéria prima e a dificuldade do cultivo da terra limitadas pelas demarcações da área, tornou difícil o cotidiano tradicional Guarani. A venda desses objetos foi um dos meios que encontraram para conseguirem renda. Eles têm uma cesta que é feita só para guardar sementes e tem uma que é só para carregar mandioca e batata doce. A cesta junto ao arco e flecha, o colar, o cocar são feitos em algumas épocas do ano. Os desenhos da cesta são feitos com cipó imbé ou com ximbopeva, que dão aquela cor pretinha. Com eles nós fazem como se fosse uma fita e trançam com a taquara de bambu. Os desenhos mais freqüentes são os desenhos que representam a cobra. Antigamente, utilizavam-se 4 cores: o vermelho, que tiravam do urucum, o amarelo que vinha da planta que é conhecida como açafrão, uma bromélia, uma raizinha, que dá uma cor amarela, a cor preta do jenipapo e o tom cinza da mistura da cera de abelha e cinza de madeira. Atualmente, por causa da falta de material nas aldeias, outros corantes artificiais são utilizados. Há também o nosso colar típico, de contas pretas e brancas. É um colar religioso e não pode ser vendido. É mais comprido, dá umas três, quatro voltas e é cruzado no peito."

Canto e dança

As crianças cantam na Opy e a reza também é em forma de canto. Eles cantam e dançam na Opy todo fim de dia. Todas as letras das músicas são em Guarani e falam da natureza, da busca pela Terra Sem Mal, do fortalecimento espiritual. Os cantos são recebidos em sonhos pelas crianças e pajés e depois são passados para a comunidade.

Xondaro e Tangará

O Xondaro, hoje, é uma dança masculina, que tem um significado de guardar a aldeia, vigiar a Opy nas cerimônias e para manter a saúde e o equilíbrio. Sempre no final do dia tem a dança do xondaro na Casa de Reza. A dança feminina Guarani é o tangará . Na dança as meninas ou mulheres imitam os pulinhos do pássaro que tem este nome. Elas dançam na Opy ou no terreiro fora da casa depois da reza. Dançamos lembrando tempos passados e para buscar a força espiritual através da dança

Visita à aldeia

Nesta quarta-feira (27/10/10) alguns alunos das sextas séries da EMEF Min. Anibal Freire visitaram a aldeia Tekoa Pyau. Muitas coisas escritas no texto acima (adaptado do site http://www.culturaguarani.org.br/) puderam ser observadas de perto.

Na conversa com o Wiliam, na casa de reza (Opy), sobre os costumes e tradições guaranis, os alunos aproveitaram para tirar várias dúvidas sobre o dia a dia da aldeia.


Além disso, conheceram um pouco do artesanato guarani e até aproveitaram o dia para jogar um pouco de futebol com o pessoal da aldeia.





O petyngua


O futebol



A criançada da aldeia



O canto e dança dos meninos


Guaranis tocando violão e rabeca, acompanhando as crianças

O canto e dança das meninas


Uma amostra do artesanato produzido na aldeia


Professores e alunos do Aníbal acompanhando o canto e a dança das crianças

Civilizações pré-colombianas

Por que chamamos os maias, astecas e incas de "civilizações pré-colombianas"?
Você sabe o que há de comum entre essas civilizações? E o que as diferencia dos povos indígenas que viviam ou vivem no território que hoje é o Brasil?
Sabemos que todas essas civilizações desenvolveram-se no continente americano (América do Norte, América Central, América do Sul).
Bom, os incas e os astecas constituiram grandes impérios. Esses dois impérios chegaram a contar com cerca de 10 milhões de pessoas. Mas não podemos falar em império maia, porque não havia um único imperador para os vários centros cerimoniais dos maias (nesses centros, moravam os nobres maias, localizava-se o mercado e os templos religiosos).
Os maias desenvolveram um complexo sistema de escrita, como podemos ver na imagem abaixo.




Além da escrita, os maias desenvolveram a astronomia e um calendário muito preciso (mais preciso que o dos gregos antigos, por exemplo...). Um dos "incentivos" para esse desenvolvimento foi o forte temos que os maias tinham que o mundo pudesse acabar! Uma forma de apaziguar os deuses maias (e isso também valia para os astecas) era realizar sacrifícios. O fumaça resultante da queima de sangue era vista como um canal de comunicação entre os maias e os deuses.
O império inca, que se desenvolveu na América do Sul também desenvolveu uma forma de registrar dados (como por exemplo, o número de habitantes do império, quantidade de alimentos produzidos, valor de impostos a serem pagos, etc). Tudo isso era registrados através dos quipos (ou quipu). A posição do nó, o tamanho do nó e a cor do barbante significavam o tipo de informação e os diversos valores relativos a essas informações. Veja exemplos de quipos abaixo:

O comércio entre os maias e também entre os astecas era muito desenvolvido. Abaixo vemos um mural situado na Cidade do México (que um dia já foi Tenochitlán, capital do império asteca) e que representa o dia a dia dos astecas



Quando os espanhóis chegaram à América, Montezuma era o imperador asteca... no império asteca, os filhos dos camponeses, dos artesãos, dos nobres (enfim, de qualquer classe social) podiam frequentar a escola.
Essas três civilizações construíram pirâmides. Algumas delas existem até hoje.

Viagem ao México

À esquerda podemos ver, através de um mural, índios trabalhando para os espanhóis. À direita, vemos o local onde era praticado o jogo de bola (juego de la pelota).


Aqui podemos ver a maquete das construções em Teotihuacán: a calçada dos mortos, a pirâmide do sol, a pirâmide da lua. Atrás da maquete, dá pra ver a pirâmide da lua de verdade!


À esquerda a vista de cima de uma pirâmide e à direita, a viagem para o sul do México, onde vivem os zapatistas, que são em sua maioria descendentes dos maias. A viagem foi feita nesse caminhão. As pessoas viajaram por horas (quase dias), revezando quem ia em pé e quem ia sentado...



A viagem foi realizada por estradas existentes em uma floresta, que eles chamam de Selva Lancandona. Como os zapatistas se rebelaram contra o governo (em 1994), exigindo autonomia e preservação de suas terras e recursos naturais, ao longo da viagem pudemos ver postos do exército do governo mexicano pelas estradas. Há casos de indígenas que não conseguem voltar para suas casas.



Abaixo, vemos uma construção no povoado indígena com os dizeres: "Mascarados para desmascara o poder que os humilha". Depois que os indígenas zapatistas pegaram em armas contra o governo, eles só aparecem publicamente cobrindo o rosto, para não serem identificados.



Dignidade rebelde também para as mulheres. À direita, podemos ver em outra construção uma referência à lenda maia que tem no livro, sobre os homens e mulheres de milho.


À esquerda, menina zapatista. Percebi que as meninas trabalham mais que os meninos - cuidam de irmãos menores, lavam roupa, etc. À direita, outra construção. "À liberdade pelo futebol". Os zapatistas também gostam de futebol...



Meninos zapatistas. À direita, comemoração do ano novo e homenagem aos mortos em combate em 1994.


segunda-feira

Bienal de Artes

Essa mulher, que vocês podem ver na imagem, é Sophie Ristelhueber. Ela é uma artista que terá obras expostas na 29a. Bienal de Artes. O trabalho de Sophie é registrar as cicatrizes deixadas nas pessoas e nas paisagens pelas guerras ocorridas no mundo (principalmente no Oriente Médio).

(Sophie Ristelhueber)





(Cicatriz de guerra
em mulher)


(Cicatriz de guerra no deserto)

Como vocês sabem, muitos palestinos (muçulmanos) perderam suas casas quando foi criado, por volta de 1948, um país judeu chamado Israel. Grande parte desses palestinos vive hoje em campos de refugiados e não têm o direito de ir e vir. Para sair ou entrar na região onde moram, têm que passar por patrulhas israelenses.

No entanto, não é só com muros e patrulhas que Israel tenta impedir o trânsito dos palestinos: Sophie nos mostra que muitos obstáculos são "criados", mesmo em locais aparentemente tranquilos. Por exemplo, barreiras de pedras são postas nas estradas. Com o tempo, a vegetação vai invadindo a estrada e aquela barreira artificial começa a parecer acidentes naturais. Veja as imagens abaixo:












terça-feira

O FAMOSO IMPÉRIO ROMANO E ASTERIX E OBELIX - Curiosidades do continente europeu (Antiguidade)


Começamos esse ano lembrando um assunto já tratado na quinta série: o Império Romano. E aproveitamos para conhecer personagens muito interessantes: Asterix e Obelix.

A história de Asterix e Obelix foi inspirada em fatos da história da conquista da Gália pelos romanos. Em 52 a.C., Julio Cesar havia dominado toda a Gália, mas quando partiu, algumas aldeias se revoltaram: a ideia era queimar todas as plantações da Gália e deixar os soldados romanos famintos. Quase toda a Gália queimou! Mas teve uma tribo que, apesar de queimar 20 vilarejos em um só dia, se recusou a queimar sua capital, Avaricum, e chegou a resistir por mais 27 dias, o que naquela época foi um grande acontecimento (devemos lembrar que o exército romano era muito grande e muito organizado!).

Bom, essa resistência de 27 dias de alguns gauleses em Avaricum, inspirou os franceses René Goscinny e Albert Uderzo a criarem os personagens Asterix e Obelix, em 1959. Entre as décadas de 50 e 60, os franceses aprendiam nas escolas que eram descendentes diretos dos gauleses. Na verdade, uma aldeia que tenha resistido durante tanto tempo não existiu, mas muitos costumes retratados nas histórias em quadrinhos de Asterix aparecem em documentos históricos. Veja alguns:

1) Os gauleses não se importavam muito com o cultivo: eram guerreiros e caçadores apaixonados. Sua alimentação era composta basicamente por queijo, carne e leite.

2) A cidade de Lutécia (que nos quadrinhos de Asterix é uma cidade com trânsito infernal e gente metida) era mesmo um centro comercial. Hoje chamamos essa cidade de Paris!!

3) O dia a dia retratado nas histórias em quadrinhos é bem aceitável: há pequenos comércios (de peixes, carnes, etc), e alguns serviços como os de ferreiro e carpinteiro mas, na verdade, eram mesmo os guerreiros que tinham mais respeito entre os gauleses.

4) Os gauleses tinham gatos e cachorros domesticados e grande respeito pela natureza. É por isso que o cachorrinho de Obelix, Ideiafix, chora ao ver uma árvore derrubada!

5) E, por fim, os bardos (como Chatotorix) tinham importante função entre os gauleses, que não conheciam a escrita. Assim, ficava para menestréis como Chatotorix a responsabilidade de cantar as vitórias dos guerreiros gauleses. Era assim que se preservava a memória das aldeias.





Esse é o filme a que assistimos...

Nesse filme, Asterix e Obelix enfrentam Cesar. A força descomunal proporcionada por uma poção mágica, torna os gauleses invencíveis!!!!
E pra quem quiser lembrar um pedacinho...


www.youtube.com/watch?v=xMqabbqRDyo

sábado

O FEUDALISMO - A Idade Média no continente europeu

Por praticamente 1000 anos, a Europa, divida em feudos (enormes propriedades de terra), foi dominada pela Igreja e por nobres. Os camponeses, que representavam aproximadamente 90% da população, trabalhavam quase 16 horas por dia. As imagens abaixo foram retiradas da revista "Aventuras na História".
Um dia na vida de uma família camponesa por volta do ano 900: Todos da família acordaram por volta das 5 da manhã. Dormiram na casa de apenas um cômodo, sobre um monte de palha e aquecidos por uma fogueira que ficava no centro desse cômodo. Depois de comer um mingau, foram trabalhar na terra, plantando ou colhendo alimentos que garantirão sua sobrevivência. Nos dois dias anteriores, a família cumpriu seu trabalho obrigatório nas terras do senhor feudal (o grande proprietário). No dia seguinte, não precisarão trabalhar: é domingo, e todos vão à missa rezar por suas almas. Os camponeses têm muito medo do diabo!

Os camponeses sofriam não só com o trabalho pesado e obrigatório, mas também com as doenças e a fome (metade dos bebês que nasciam não conseguia chegar a 2 anos!). Os servos (camponeses) morriam cedo (por volta dos 35 anos!)

Quando havia guerras entre um feudo e outro, os camponeses combatiam ao lado dos nobres (senhores feudais) mas, enquanto os senhores feudais estavam bem armados, os camponeses lutavam muito mal armados e sempre iam na frente. Acho que vocês podem imaginar quem tinha mais chance de morrer em combate, né?



O desenvolvimento do feudalismo:

O feudalismo começou a se desenvolver enquanto o Imperio Romano entrava em decadência. Por volta de 300 dC, os "bárbaros" (povos que os romanos chamaram assim por possuírem costumes diferentes e não saberem falar latim) começaram a invadir o Império. A partir daí, a população pobre ficou exposta a todo tipo de violência e roubo (saques). Para terem um mínimo de proteção, apelaram para os proprietários ricos, oferecendo seu trabalho. Assim, ficou estabelecido o seguinte: os camponeses trabalhavam (e muito) e o grande proprietário, rico, lhes dava certa proteção e o mínimo de terra para sobreviverem.
A Igreja Católica adquiriu muito poder neste período. Nesta época não havia imprensa e a maioria da população era analfabeta. Os livros ficavam confinados (presos) nos mosteiros (locais onde viviam os monges). Assim, aqueles que comandavam a Igreja Católica decidiam o que a população poderia ou não poderia ler. Até mesmo os senhores feudais não tinham direito a ter qualquer obra que desejassem.

Sabem o que mais fez com que a Igreja Católica acumulasse muito poder e riquezas? As doações de terra e os dízimos.

Imaginem vocês: qualquer senhor feudal, se quisesse, poderia passar a primeira noite com uma camponesa que vivesse em seu feudo e que tivesse acabado de se casar! Isso não nos parece muito cristão não é mesmo? Além disso, alguns senhores feudais consumiam até 9 mil calorias por dia (bebendo muito vinho e comendo muita carne)!! Isso não é gula? A gula não é um pecado? Bom, esses senhores feudais, querendo garantir que suas almas não queimassem no fogo do inferno, tentavam garantir o perdão de Deus doando muitas e muitas terras para a Igreja, que ficava cada vez mais rica!!!

Por sinal, esse costume de "comprar" o perdão da Igreja se tornou muito comum, mas isso vai ser assunto pra outra matéria...



Acima (à esquerda), vemos os senhores feudais (nobres) comendo e bebendo muuuito! À direita, vemos parte de um feudo eclesiástico (da igreja). Às vezes, esses feudos eclesiásticos acolhiam os doentes e desvalidos... Aliás, as doenças eram consideradas castigos de Deus: "se você está doente é porque pecou" - era assim que pensava a maioria da população. Eles não sabiam que a maioria das doenças era causada pela falta de higiene. Os banhos eram muito raros nesta época. Os monges, por exemplo, tomavam cerca de 5 banhos... por ano!!!
(Afinal, já haviam sido lavados com o sangue de Cristo) rs.
Pra terminar, vamos falar de outra grande vítima na Idade Média: as mulheres. Elas não podiam sair sozinhas, não tinham muito poder pra decidir nada e eram consideradas, por muitos, um símbolo do pecado. Mesmo assim, os padres e monges adoravam uma "festinha" com mulheres. O celibato (a regra de que os padres e monges não poderiam se relacionar com mulheres) foi criado por volta do ano 1.100. Mas, mesmo depois da criação desta regra, os religiosos ainda se "encontravam", às escondidas, com mulheres.

sexta-feira

NOMES DE RUAS - do Brasil colonial até os dias de hoje...

Andei pesquisando por aí e fiquei sabendo que quando a cidade de São Paulo foi fundada era a própria população quem dava os nomes às ruas, levando em conta alguma característica do lugar. A Câmara Municipal não fazia nenhuma interferência neste processo.

Por exemplo, já no século XVII, surgiram a Rua da Quitanda e a Rua Direita. Os nomes dessas ruas permanecem até hoje (e tem até música falando da Rua Direita). O vídeo abaixo tem como trilha sonora a música "Do lado direito da rua Direita", de um grupo formado na década de 60 (os Originais do Samba). Vocês já ouviram falar do Mussum, dos Trapalhões? Então, ele fazia parte desse grupo...




Outros nomes, mais engraçados, já não existem mais: Beco da Cachaça (foi incorporado à Rua da Quitanda), Beco dos Cornos (que hoje se chama Rua da Assembleia) e Beco do Inferno (atual Rua do Comércio).

Esses nomes mudaram por interferência do governo municipal que, a partir de 1809, assumiu a responsabilidade de dar nome às ruas.


CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA

Em sala de aula, nós discutimos que os nomes de ruas, praças, avenidas, parques e outros logradouros contribuem para a construção de uma determinada memória... por exemplo, quando o nome de uma pessoa torna-se nome de rua, essa pessoa pode ser vista como alguém que foi muito importante, alguém que realizou grandes feitos durante sua vida.

No entanto, os nomes homenageados nem sempre agradam a todos. Um indivíduo pode parecer herói para uns, mas pode ser considerado um vilão para outros. Querem ver um exemplo? Temos uma rodovia e uma avenida que se chamam Bandeirantes.


Os bandeirantes foram indivíduos que, a partir do século XVI, penetraram nos sertões brasileiros em busca de riqueza minerais. Além disso, os bandeirantes capturavam índios para vendê-los como escravos e eram contratados, muitas vezes, para recapturar escravos negros que haviam fugido. (veja imagem ao lado)


Dessa forma, o governo de Portugal (país do qual o Brasil foi colônia) deve ter classificado as ações dos bandeirantes (ver imagem ao lado) como heroicas, pois contribuíram para a manutenção do sistema escravista que vigorava no Brasil. Agora, pensem pelo lado dos negros recapturados: vocês acham que esses escravos consideravam os bandeirantes heróis? Ou os consideravam vilões??? E quem trafega pela Avenida Bandeirantes, hoje em dia, e assiste à Rede Bandeirantes, o que será que pensa sobre esse nome, bandeirantes, tantas vezes homenageado?

HERZOG OU ROBERTO MARINHO?

Bom, não sei se vocês se lembram, mas comentamos em sala de aula que a troca do nome da Av. Águas Espraiadas para Av. Jornalista Roberto Marinho não agradou a todos.

Um grupo de jovens, inclusive, realizou um protesto, colando o nome do Jornalista Vladimir Herzog em cima do nome do Roberto Marinho. Tudo isso aconteceu porque essas pessoas consideram que Roberto Marinho, ex-dono da Rede Globo de televisão, foi um grande aliado da ditadura militar brasileira. Como estudamos, o período da ditadura militar no Brasil, que durou de 1964-1984, foi um período de muita repressão, censura e tortura.



E o Vladimir Herzog, que foi jornalista da TV Cultura e queria fazer um jornalismo que retratasse as necessidades básicas da população, acabou morto em consequência das torturas praticadas por militares brasileiros. E o pior é que os militares tentaram fazer a população acreditar que Vlado havia cometido suicídio, mostrando uma foto enganosa que faz a gente pensar que ele se enforcou.


Vejam as fotos do protesto:




Esses cópias de filmes que aparecem na imagem acima, são cópias do filme "Além do Cidadão Kane". Esse documentário produzido pela BBC de Londres denuncia, entre outras coisas, o apoio dado pela Rede Globo ao governo militar brasileiro. Por causa disso, foi proibido no Brasil desde sua estreia, em 1993. O filme é longo, mas pra quem quiser conferir na íntegra, aí vai:



E esse nome de rua, o que vocês acham?? Eu, que sou muito modesta, achei lindo!! kkkkkkkkkk!



Se vocês quiserem brincar, fazendo sua própria placa para homenagear alguém, ou dar de presente, é só ir para o endereço http://pura-mentira.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

quarta-feira

Aquela música: "Apesar de você"

Qual o assunto principal desta música? É sobre um ex-amor? É sobre a ditadura militar no Brasil? Opinem, comentem...

APESAR DE VOCÊ - Chico Buarque de Holanda

Amanhã vai ser outro dia, amanhã vai ser outro dia...

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você amanhã há de ser outro diaEu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros.
Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,La, laiá, la laiá, la laiá

Para aqueles que queriam ver essa edição de imagens...


sexta-feira

HISTÓRIA DOS BAIRROS ONDE MORAM OS ALUNOS DO ANÍBAL - o nosso dia a dia

Nos seminários dos alunos da 6a. A e da 6a. B aprendi várias coisas, sobre vários bairros, de Osasco e de São Paulo...

- O sítio que deu origem ao bairro Jd. Mutinga era o maior que havia na região no século XIX. Diziam, nesta época, que pra conhecer todo o sítio, um homem demorava um dia inteiro (a cavalo, hein?!)

- Por volta de 1930, a região do atual bairro do Rochdale era rodeada pelo rio Tietê, que era ainda navegável. Dá pra acreditar?. Pelo fato de a antiga Eletropaulo ter tirado uma grande curva do rio, deixando o rio reto neste trecho, com a finalidade de aumentar a potência de uma barragem em Santana do Parnaíba, o bairro do Rochdale passou a sofrer grandes enchentes. E tem a história da cooperativa, que é muito interessante. Quem quiser saber mais é só ir em http://www.sehdu.osasco.sp.gov.br/

- A Vila Leopoldina surgiu como uma extensão do bairro da Lapa e, por abrigar o CEAGESP (entreposto hortifrutigranjeiro) tinha características bastante populares, tendo entre seus primeiros moradores, os trabalhadores do CEAGESP (CEASA). Hoje em dia, o bairro tem se consolidado como um bairro de classe média, com muitos prédios de apartamentos.
Bom, aprendi várias outras coisas, mas vou deixar pra vocês completarem essas e outras histórias, belê? Enquanto isso, vejam as fotos dos seminários realizados em sala de aula:



Aqui dá pra se ter uma "vista aérea" da rua do Halisson. É a rua São Judas Tadeu, né Halyson? Lembro que ele disse que o pessoal que mora lá queria que o nome da rua fosse o nome de um menino que morreu... mas acabou ficando São Judas Tadeu mesmo.




Abaixo a gente tem o grupo das "Jéssicas" - na maquete dá pra ver prédios e um campinho de futebol... reparem também o "ânimo" da Jéssica Santana, ao ler a história de seu bairro. Mas eu lembro que ela respondeu às questões feitas pelos outros alunos!




E aqui a gente vê o Danton, que mora meio longe, né Danton? E o Deyvisson? Aparece neste grupo, no outro. Sempre foi um mistério (e continua sendo): a qual grupo pertencia o Deyvisson???







Acima, vemos o Halysson mostrando sua maquete... ele parecia saber mais sobre o bairro. Será que acertei, Maria Eduarda? Vcs moram no mesmo bairro, ou em bairros vizinhos, pelo menos?


Aí embaixo tem o grupo da Keyla, da Jennifer e do Matheus, da 6a. A... se não me engano, essa pracinha fica na rua que a Keyla mora, né?







E essa maquete? É de quem mesmo? De qual bairro? É sua Danton? Ficou legal...




Olha como o Sidnei e o Jhonatas estão interessados no trabalho do Rafael...